
1 - Diferencie Sistema financeiro, Sistema monetário e Sistema económico
O sistema monetário define a estrutura que rege a moeda em um país ou região.
O objetivo principal do sistema monetário é garantir a estabilidade da moeda, ou seja, manter seu valor ao longo do tempo e evitar flutuações bruscas que possam prejudicar a economia.
O sistema financeiro é um conjunto de instituições, mercados e instrumentos que facilitam a transferência de recursos entre diferentes agentes económicos. A função principal é canalizar a poupança dos superavitários (quem poupa mais do que consome) para os deficientes (quem consome mais do que poupa), impulsionando o investimento e o crescimento económico.
O bom funcionamento do sistema financeiro é crucial para a eficiência económica, pois garante que os recursos estejam alocados nos setores mais produtivos da economia, impulsionando o crescimento e a geração de renda.
O sistema económico define a forma como os bens e serviços são produzidos, distribuídos e consumidos em uma sociedade.
O objetivo principal do sistema económico é atender às necessidades da sociedade de forma eficiente e sustentável. Para isso, os diferentes sistemas económicos buscam encontrar o equilíbrio entre eficiência económica e justiça social.
2 - Distinga crescimento de desenvolvimento
O crescimento é definido pelo aumento quantitativo de um determinado indicador ao longo do tempo. No âmbito económico, o crescimento é geralmente medido pelo Produto Interno Bruto (PIB), que representa o valor total de bens e serviços finais produzidos em um país em um determinado período.
O crescimento económico é geralmente associado a um aumento na produção de bens e serviços, expansão da atividade económica e geração de renda. Isso pode levar à melhoria do bem-estar da população, com aumento do consumo, acesso a bens e serviços e criação de novos empregos.
O desenvolvimento vai além do aumento quantitativo e engloba um conjunto de mudanças qualitativas que visam melhorar a qualidade de vida da população.
O desenvolvimento não se limita apenas ao crescimento económico, mas sim busca um progresso social abrangente que atenda às necessidades básicas da população e promova o bem-estar das pessoas de forma sustentável.
Em suma o Crescimento e desenvolvimento são conceitos interligados, mas distintos.
3 - Caraterize Crise económica e crise financeira
Uma crise económica é caracterizada por uma queda generalizada e persistente da atividade económica em um país ou região.
Uma crise financeira é caracterizada por uma perda de confiança no sistema financeiro, levando a uma dificuldade no acesso ao crédito e a instabilidade nos mercados financeiros.
As crises económicas e financeiras estão frequentemente interligadas. Uma crise financeira pode desencadear uma crise económica, e vice-versa. Por exemplo, uma crise bancária pode levar a uma redução do crédito para as empresas, o que pode causar uma queda na produção e no emprego.
É importante ressaltar que nem toda crise financeira leva a uma crise económica e vice-versa. A gravidade e os impactos de cada tipo de crise dependem de diversos fatores.
4 - A função do FMI
O Fundo Monetário Internacional (FMI) é uma organização internacional criada em 1944 com o objetivo de promover a cooperação monetária global, estabilidade financeira, facilitar o comércio internacional, promover altos níveis de emprego e crescimento econômico sustentável e reduzir a pobreza.
O FMI é uma organização multilateral que visa promover a cooperação monetária internacional, a estabilidade financeira, o comércio internacional, o crescimento econômico sustentável e a redução da pobreza. A instituição atua por meio de diversas ferramentas, como supervisão, empréstimos, assistência técnica, cooperação internacional e ações para manter a estabilidade do sistema monetário internacional.
5 - O que entende por PEC
No contexto português, a sigla PEC pode ter duas interpretações distintas, cada uma com implicações e impactos relevantes em diferentes esferas:
1. Programa Estratégico de Cooperação (PEC):
Um Programa Estratégico de Cooperação (PEC) é um instrumento de política externa bilateral assinado entre Portugal e outro país, definindo as diretrizes e prioridades da cooperação entre ambos em um período específico. O PEC estabelece objetivos estratégicos, áreas de atuação prioritária e mecanismos de acompanhamento e avaliação da cooperação. Objetivos do PEC:
- Fortalecer as relações bilaterais: Aproximar Portugal e o país parceiro em diversos âmbitos, como político, económico, cultural, social e ambiental.
- Promover o desenvolvimento sustentável: Buscar soluções conjuntas para desafios globais e impulsionar o desenvolvimento sustentável em ambos os países.
- Aprofundar a cooperação em áreas específicas: Definir áreas prioritárias de cooperação, como comércio, investimento, educação, ciência e tecnologia, cultura e defesa.
- Estimular o intercâmbio entre pessoas e instituições: Facilitar o intercâmbio de estudantes, pesquisadores, artistas, empresários e representantes da sociedade civil.
Proposta de Emenda à Constituição (PEC):
No âmbito do sistema político português, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) é um projeto legislativo que visa alterar o texto da Constituição da República Portuguesa. As PECs podem ser apresentadas por diversas entidades, como:
- Deputados à Assembleia da República: Um terço dos deputados em exercício pode apresentar uma PEC.
- Presidente da República: O Presidente da República pode apresentar uma PEC ao Parlamento.
- Governo: O Governo pode apresentar uma PEC ao Parlamento.
- Iniciativa popular: Um número mínimo de cidadãos eleitores pode apresentar uma PEC ao Parlamento.
6 - Indique e caraterize as dois marcos económicos depois do sec. XIX
Embora a história económica seja rica em eventos e transformações, dois marcos se destacam por seu impacto profundo e duradouro no cenário global após o século XIX:
1. A Grande Depressão (1929-1939):
A Grande Depressão foi a pior crise económica da história moderna, com efeitos devastadores em todo o mundo. Iniciada na "Quinta-Feira Negra" de 29 de outubro de 1929, com a queda vertiginosa da Bolsa de Valores de Nova York, a crise caracterizou-se por:
- Queda abrupta do PIB: A produção de bens e serviços despencou em países industrializados, causando recessão profunda e duradoura.
- Desemprego em massa: Milhões de pessoas perderam seus empregos, levando à miséria e à fome em diversas regiões.
- Deflação: Os preços dos produtos caíram drasticamente, diminuindo o poder de compra da população e dificultando a recuperação económica.
- Falências em série: Empresas foram à falência em massa, agravando a crise e gerando um clima de pessimismo e insegurança.
Causas da Grande Depressão:
- Bolha especulativa na Bolsa de Valores de Nova York: A especulação excessiva e a desvalorização dos ativos financeiros levaram ao crash da bolsa, desencadeando a crise.
- Políticas económicas inadequadas: Governos adotaram medidas como o aumento das taxas de juros, agravando a crise e dificultando a recuperação.
- Falta de liquidez no sistema financeiro: Os bancos enfrentaram dificuldades para fornecer crédito às empresas e famílias, limitando a capacidade de investimento e consumo.
- Protecionismo comercial: Aumento das barreiras comerciais entre países intensificou a crise e impediu a recuperação económica global.
Consequências da Grande Depressão:
- Impacto social devastador: Aumento da pobreza, fome, desnutrição e doenças.
- Ascensão de regimes autoritários: A crise gerou instabilidade social e política, levando ao surgimento de regimes autoritários em diversos países.
- Mudanças no sistema económico: A Grande Depressão levou à adoção de novas políticas económicas, como o New Deal nos Estados Unidos, que buscavam estabilizar a economia e promover o bem-estar social.
2. A Globalização (Final do Século XX - Início do Século XXI):
A globalização refere-se ao processo crescente de interconexão económica, social e cultural entre países intensificado a partir do final do século XX e início do século XXI. Esse processo se caracteriza por:
- Aumento do comércio internacional: Crescimento exponencial do volume de bens e serviços comercializados entre países, impulsionado por avanços tecnológicos e políticas de liberalização comercial.
- Expansão das empresas multinacionais: Empresas expandem-se para diferentes países, buscando mercados consumidores mais amplos, mão de obra mais barata e acesso a recursos naturais.
- Integração financeira: Aumento do fluxo de capital entre países, facilitado por avanços tecnológicos e desregulamentação financeira.
- Desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação: A internet e outras tecnologias facilitam a comunicação, o comércio e a colaboração entre pessoas e empresas em todo o mundo.
Fatores que impulsionaram a globalização:
- Queda das barreiras comerciais: Acordos internacionais como o GATT e a OMC reduziram tarifas e outras barreiras ao comércio internacional.
- Avanços tecnológicos: A internet, os contêineres e outras tecnologias facilitaram o transporte e a comunicação, reduzindo custos e impulsionando o comércio global.
- Desregulamentação económica: Governos adotaram políticas que diminuíram a intervenção estatal na economia, permitindo maior liberdade para empresas investirem e operarem em diferentes países.
- Ideologia neoliberal: A ascensão do neoliberalismo defendeu a livre iniciativa, o livre mercado e a globalização como ferramentas para o desenvolvimento económico.
Consequências da globalização:
- Crescimento económico: A globalização contribuiu para o aumento do PIB global e a elevação do padrão de vida em muitos países.
- Redução da pobreza: A globalização possibilitou o acesso a produtos e serviços mais baratos para milhões de pessoas, contribuindo para a redução da pobreza extrema.
- Desigualdades sociais: A globalização também pode aprofundar as desigualdades sociais, concentrando rendas e poderes nas mãos dos grandes.
